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Francisco Lopes na apresentação do compromisso eleitoral para o distrito

Portugal é “território de caça” para a troika

A troika vê Portugal “como um território de caça” e não está minimamente preocupada com as consequências que possa ter o “pacto de submissão” que quer impor aos portugueses, disse Francisco Lopes, na apresentação do compromisso eleitoral da CDU para o distrito de Setúbal.
Na Assembleia da República, assegura Lopes, os deputados da CDU não aceitarão qualquer compromisso com o BCE ou o FMI, ao contrário do PS, do PSD e do CDS, que “têm um programa comum, que mais não é do que o programa do FMI e do BCE”.

Na apresentação do documento, realizada nos Paços do Concelho de Santiago do Cacém, no dia 12 de maio, o cabeça de lista da CDU por Setúbal fez duros ataques ao programa apresentado pela troika, “um programa de agravamento brutal das injustiças e que apenas favorece os lucros da banca” e constitui um “verdadeiro assalto”, que terá como único resultado a acelerada entrada do país em recessão.

A única solução para a crise em que as sucessivas políticas de direita enterram o país, assegura Francisco Lopes, encontra-se no programa proposto pela CDU de “renegociação da dívida externa, discutindo os juros e os prazos de pagamento”. O candidato alerta para a necessidade de se avançar de imediato para a reestruturação da dívida, “que propomos agora para que não tenham de nos dar razão daqui a um ano”.

As consequências do “pacto de submissão” ao FMI e ao BCE, classificado pelo dirigente do PCP como um verdadeiro “embuste, já que a maior parte dos 78 milhões do empréstimo nunca entrarão em Portugal”, mas sim nos cofres dos bancos europeus, serão “brutais”.

Francisco Lopes coloca na lista de consequências gravosas deste “pacto” o congelamento dos salários, das pensões de reforma, “mesmo das mais baixas, que vão sofrer uma quebra brutal”. As imposições do FMI e do BCE representam, por outro lado, o “maior golpe de sempre” no serviço nacional de saúde e a colocação de mais sectores estratégicos da economia nacional ao “serviço dos grandes grupos económicos, perdendo o Estado o controle destes sectores” na sequência do alargado programa de privatizações preconizado.

Para o distrito de Setúbal, no âmbito das medidas apresentadas no compromisso eleitoral, Francisco Lopes destaca como prioridade o reforço da capacidade produtiva nacional, na indústria, na agricultura e nas pescas. O dirigente do PCP insiste, também, na aposta que deverá ser feita no sector ferroviário, em particular na alta velocidade, que deverá ser um factor de valorização de toda a rede de ferrovia. O cabeça de lista da CDU classifica como “muito importante” para o desenvolvimento do distrito a construção da ponte Barreiro-Chelas, já que a existência destas infraestruturas ajuda a “produção nacional e o escoamento dessa mesma produção”.

O Compromisso Eleitoral apresentado no dia 12 de Maio em Santiago do Cacém contém as propostas sectoriais que os deputados da CDU eleitos pelo distrito se comprometem a defender na Assembleia da República.

No documento, os candidatos da CDU assumem o compromisso eleitoral de defender um “projeto de ruptura e mudança patriótica e de esquerda” que julgam “indispensável” ao distrito e ao País.

As propostas da CDU para o distrito repartem-se pelas áreas do trabalho, emprego e direitos dos trabalhadores, segurança social e apoio à comunidade, indústria, pescas e agricultura e florestas. Nas preocupações dos candidatos da Coligação Democrática unitária constam também propostas para as áreas de comércio e serviços, apoios às micro e pequenas empresas, turismo, serviços postais e telecomunicações, transportes públicos e mobilidade, ambiente e conservação da natureza e urbanismo e habitação.

No documento, com quase quarenta páginas, são, ainda apresentadas propostas para os sectores da saúde, educação e ensino, cultura, desporto, associativismo, justiça, segurança das populações e proteção civil e juventude.

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