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Visita ao Museu da Indústria Têxtil

Olhar o passado com os olhos no futuro

Para assinalar a importância do sector para a produção nacional, a pré-campanha da CDU iniciou uma visita ao distrito de Braga no Museu da Indústria Têxtil do Vale do Ave, em Vila Nova de Famalicão. Acompanhado pelo cabeça de lista pelo distrito e deputado, Agostinho Lopes e pela candidata do Partido Ecologista «Os Verdes», Mariana Silva, o Secretário-Geral do PCP, Jerónimo de Sousa salientou, no final da visita, a «importância deste sector para a economia nacional e o seu potencial exportador.

No coração do Vale do Ave, «A CDU quis sublinhar esta importância num quadro de necessidade urgente de desenvolvimento, de crescimento e de criação de emprego», explicou, salientando que nos últimos 15 anos este sector teve um aumento de produtividade de 40 por cento, enquanto os trabalhadores tiveram aumentos salariais de quatro por cento, demonstrando que quando se fala que os trabalhadores vivem acima das suas possibilidades, profere-se uma falsidade».

Falando após uma visita ao museu, Jerónimo de Sousa explicou a importância deste pólo museológico onde se encontram bem patentes «os violentos sacrifícios impostos por esta indústria aos trabalhadores e às populações durante décadas, explorando o trabalho infantil e o maioritariamente feminino»

Salientando as potencialidades deste sector, lembrou que «este sector encontra-se ameaçado, particularmente tendo em conta compromisso com grandes potências do sector originárias de países emergentes, como a China e a Índia, agora agravado por um acordo com o Paquistão que aumentará as dificuldades da indústria têxtil nacional», avisou.
Como alternativa a estes perigos para o sector, «a CDU considera que devem tomar-se medidas de contenção e de condicionamento das importações para proteger a nossa indústria, com uma grande perspectiva de futuro, porque o sector tem futuro, ao contrário do que muita gente afirma».
Durante a visita, acompanhado pelo engenheiro, Paulo Peixoto, a comitiva visitou um passado que marcou gerações de, maioritariamente trabalhadoras e crianças. Escolheram o Vale do Ave devido à água do rio, para o abastecimento das máquinas mas também «devido à mão-de-obra barata».
No museu estão expostas também e são recordadas essas condições, num sector que em 1977 empregava 75 mil trabalhadores em 450 empresas. Actualmente representa cerca de seis por cento das exportações nacionais. Em salas sem janelas miúdos e mulheres trabalhavam mais de dez horas diárias entre barulhos de teares ensurdecedores e máquinas em que «70 por cento dos trabalhadores perdiam as pontas dos dedos»,explicou o engenheiro, entre funcionários que fizeram questão de desejar «boa sorte e muitas felicidades à CDU e aos seus candidatos.

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