Mais de mil em Pias com a CDU, pela produção nacional

Tendo nome a condizer com vos objectivos da CDU para as eleições de 5 de Junho, as instalações da ex-cooperativa agrícola, «A esquerda vencerá» recebeu mais de mil apoiantes no almoço de apresentação da lista de candidatos por Beja. Num distrito onde a política de direita tem destruído a capacidade produtiva da região, Jerónimo de Sousa recordou a necessidade de pôr o Alentejo ao serviço do povo e do País, através de uma nova reforma agrária que crie emprego certo, produção e condições dignas de vida para a população.

Saudando «os homens e mulheres da reforma agrária e seus descendentes, presentes em grande número no almoço, o Secretário-Geral do PCP considerou que «essa é uma luta interminável em defesa da terra a quem a trabalha, ao serviço dos trabalhadores, do povo e do País, e não dos latifundiários e dos grandes proprietários de terra».
Lembrando que a marcação de eleições resultou da demissão do Governo PS, e que elas se realizam «num quadro de profunda crise económica e social, a que também não é alheia a progressiva destruição da produção agrícola nacional. «Hoje, apenas produzimos 11 por cento do trigo que consumimos», salientou, lembrando que com a redução da produção tem-se perdido postos de trabalho, aumentando a precariedade e desperdiçado riqueza produtiva.
Lembrou os 700 mil desempregados, os dois milhões de pobres, «os salários e as pensões de reforma de miséria», a concentração dos lucros na banca e nos grandes grupos económicos.

«É necessário que os candidatos da "troika" política do PS, PSD e do CDS digam como pretendem aumentar a riqueza e criar emprego», considerou lembrando que para a CDU só uma decisiva aposta na produção nacional e na valorização dos salários e das pensões poderá tirar o país e o povo de uma crise, «que é resultado da política de direita e a que veio juntar-se a actual crise mundial do sistema capitalista».
Uma outra diferença desta candidatura em relação a todas as outras, salientada por Jerónimo de Sousa, é o facto de os candidatos da CDU apenas auferirem de rendimento, quando eleitos, o salário que tinham quando exerciam na profissão de origem, lembrou, entre aplausos.
«Esta luta é de cada um de nós, considerou apelando ao esforço de todos para divulgarem e darem a conhecer as propostas da CDU, «Por uma política patriótica e de esquerda».

Antes da intervenção de Jerónimo de Sousa, foram apresentados pelo mandatário distrital, João Rocha, os candidatos perfilaram-se no fundo de um palco onde interveio primeiro o actual deputado e novamente candidato, João Ramos.
Lembrando que a CDU sempre reivindicou salários e pensões dignas para os trabalhadores, o candidato pela região salientou que essa valorização é decisiva para que o povo do Alentejo tenha futuro, combatendo a precariedade e o desemprego. Apoiar os sectores cooperativos, sociais e associativos, e os pequenos e médios produtores é marca da acção da CDU na região, lembrou, sublinhando a importância de se concretizar uma regionalização que efective a criação da Região Administrativa do Alentejo, para aprofundar o poder local democrático, bandeira essencial ao desenvolvimento de que a CDU é pilar nacional.

Considerando que «o distrito de Beja tem um grande contributo a dar ao aumento da produção nacional, o candidato recordou que a proposta da coligação para a região assenta numa aposta em três vectores fundamentais: as energias renováveis, a extracção de minério e a agricultura, «ao serviço do País e não de interesses estrangeiros».
O deputado salientou a Alentejo deixe de ser o celeiro do País, como diziam que era no tempo de Salazar, para passar a produzir oliveiras e azeite, mas para os espanhóis», acusou, revelando que o volume de trabalho, de propostas e de iniciativas feito por um deputado da CDU, na última legislatura equivale ao dobro do trabalho dos deputados PS, eleitos na mesma região.
A campanha vai regressar a Beja, em Baleizão, dia 22, na romaria à campa de Catarina Eufémia, assassinada pela PIDE, no fascismo, e no dia 31, no Jardim do Tribunal, pelas 21.00 horas, com um comício-festa.