Notícias

Jerónimo de Sousa com os obreiros da pesca

Em mais um dia de pré-campanha eleitoral, Jerónimo de Sousa dedicou a manhã de quarta-feira aos problemas que afectam os pequenos armadores e todos os que tiram do mar o seu sustento. Em Sesimbra, no Porto de Pesca, o Secretário-geral do PCP, acompanhado pelos candidatos Francisco Lopes, Paula Santos, Heloísa Apolónia, Bruno Dias e Margarida Botelho, e por muitos outros activistas da CDU, pediram o apoio a quem os têm apoiado, de verdade, na Assembleia da República, apresentando propostas em defesa da pesca, que passam pela exigência de «melhores condições de trabalho», de «um Fundo de Compensação Salarial» e «apoios à gasolina, uma vez que nem todas as embarcações podem utilizar gasóleo ou outros combustíveis».

A Coligação entre o PCP, «Os Verdes» e a ID, está ainda contra a dupla tributação, uma vez que descontar em lota e pagar obrigatoriamente à Segurança Social, através do novo Código Contributivo, é insustentável. «Pesque ou não se pesque, os pescadores continuam a dar 10 por cento para a lota, mesmo não ganhando, com um pagamento em duplicado, porque continuam a descontar para a Segurança Social», contestou Jerónimo de Sousa, considerando a situação «aberrante». «Sem uma outra política de pescas para Portugal, continuaremos a assistir a este definhamento. Os principais prejudicados são os obreiros da pesca, gente que trabalha em condições muito duras», acrescentou.

Entre muitas outras medidas, a CDU reclama, também, a valorização do preço da primeira venda do peixe em lota.
«PS, PSD e CDS foram responsáveis pela destruição do sector das pescas em Portugal. Temos a maior zona económica exclusiva da União Europeia, não temos que importar pescado, não temos que perder a soberania das nossas águas e estar sujeitos às imposições de quotas de pesca vindas de Bruxelas», lê-se num documento dos pescadores comunistas, distribuído a todos os outros pescadores, onde se informas que em 2009 o défice da balança comercial das pescas foi de 1229 milhões de euros, quando, antes da entrada na CEE, Portugal produzia 70 por cento do pescado que consumia, e hoje produz abaixo dos 30 por cento.
Os pescadores comunistas dão ainda conta que o Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida e a regulamentação do Parque Marinha Luís Saldanha vieram colocar restrições à pesca artesanal e local, continuando a ser emitidas severas multas que os pescadores não têm condições de pagar.
Outra preocupação sentida é o facto de não existirem condições de conservar o pescado que não pode ser escoado em lota e nem existir uma indústria que pudesse absorver esse mesmo pescado, nomeadamente a indústria conserveira ou de transformação em farinha de peixe ou outros produtos.

Share this