Notícias

Intervenção de João Corregedor da Fonseca, Dirigente da Associação «Intervenção Democrática», Alpiarça, Almoço CDU

Intervenção de João Corregedor da Fonseca, da ID, na almoço da CDU, em Alpiarça

É com grande satisfação que, uma vez mais, me encontro perante vós, em Alpiarça terra que ficou gravada na nossa história como um verdadeiro símbolo da luta insana travada pelo seu Povo contra a ditadura fascista, pelo direito ao trabalho digno, pelo pão, pelas liberdades cívicas, pela Democracia.

É com grande respeito que vos saúdo, assim como apresento as minhas saudações, em nome da Associação Intervenção Democrática-ID, aos Partidos Comunista Português e Ecologista “Os Verdes” suportes coerentes e patrióticos da Coligação Democrática Unitária que a ID também integra bem acompanhada que está por tantos cidadãos independentes de todo o País, também eles empenhados com a CDU no combate pela transformação da sociedade numa sociedade mais igualitária e com mais justiça social.

Cumprimento todos os candidatos e activistas da CDU do distrito de Santarém que têm mantido uma acção política constante visando o esclarecimento democrático das populações, não só no que diz respeito ao duro diagnóstico que fazemos sobre a situação política, económica e social do País, mas também no tocante ao esclarecimento político sobre as propostas concretas, progressistas e viáveis que as componentes da CDU apresentam ao eleitorado.

Propostas conducentes a enfrentarmos, com determinação, as políticas de direita, políticas submissas ao grande capital, aos poderosos grupos económicos e financeiros nacionais e estrangeiros. Políticas subordinadas às imposições e ingerências ilegítimas das potências capitalistas da União Europeia, que conduziram o País para patamares dos quais, a continuar-se com este tipo de actuação, não saberemos se alguma vez nos libertaremos do colete de forças em que envolveram Portugal.

As pessoas andam inquietas com o presente e com o que o futuro lhes reservará. Razões para esse estado de espírito não faltam. Os seus responsáveis têm rosto. São os partidos do chamado arco do poder - como os apelida, não inocentemente, o Presidente da República - que, ao longo de 35 anos de governação enveredaram por políticas de completo liberalismo económico, de livre funcionamento do mercado, com os direitos, liberdades e garantias constitucionais, conquistadas em 25 de Abril, a serem substituídas pelas liberdades do capitalismo. E essas conhecemo-las bem, como conhecemos as suas consequências.

Para os fundamentalistas do capitalismo não tem de haver política social devendo obedecer-se sempre à lógica das “forças do mercado” essa figura que ninguém conhece e tudo determina.

Mercado sem qualquer regulação que só favorece e engorda os exploradores, os mais ricos, enquanto os pobres, os mais fracos, continuam a viver com as suas famílias em condições que atingem, em milhares de lares, limites insustentáveis.

Têm sido as políticas perfilhadas por sucessivos governos, com destaque para os do PS chefiados por Sócrates, as criadoras dos problemas que fizeram abater sobre o nosso Povo.

Agora, chegamos ao ponto de nos vermos sujeitos às exigências dos mentores da União Europeia, com a Alemanha e a França à cabeça, que forçam Portugal a abdicar da sua política social como se pode verificar no assustador acordo de capitulação com o Fundo Monetário Internacional, União Europeia e Banco Central Europeu.

O que nos últimos tempos se tem passado no nosso País deixa-nos profundamente vexados, muito envergonhados. Uma Nação quase milenar como Portugal, com um Povo que se orgulha da sua História, vê-se, de um momento para o outro, vergado àquelas instituições do capitalismo internacional que se comportam connosco como autênticas aves de rapina.

O PS, PSD e CDS aceitaram um acordo perante o qual, a troco de uma “ajuda” – não se trata de ajuda, mas de empréstimos leoninos – aquelas organizações vão espoliar os portugueses. Só em juros, vamos pagar dezenas de milhares de milhões de euros e outros muitos milhares de milhões entregues de mão beijada à banca que está na origem da excepcional dívida privada portuguesa.

Trata-se de verdadeira agiotagem que, ainda por cima, põe em causa a nossa soberania.

Os efeitos destas políticas foram sempre denunciadas pela CDU que as combateu e as previu, mas o voto popular foi insuficiente já que certo eleitorado, acreditando em falsas promessas, foi concedendo margem de manobra àqueles partidos.

É tempo de se optar pela ruptura e pela mudança necessárias para o devir do País. É tempo de, através do voto, travarmos o passo a tanto desmando. Num consulado de mais de três décadas, com alternância mascarada de alternativa, PS, PSD e CDS, afogaram o País em dívidas e foram construindo ilhas de privilégio para os capitalistas e seus serventuários.

Nós, na CDU, dizemos, com razão, que há alternativa. Nós, na CDU, temos programas políticos credíveis para se relançar o País, para se enfrentar as “troikas” nacional e estrangeira e de abrir caminho a uma verdadeira democracia política, económica e social.

O Povo tem o direito de exigir:

Em vez da recessão económica
reactivação da nossa economia com incentivos à agricultura, às
pescas, às micro, pequenas e médias empresas

Em vez de mais desemprego
criação de mais postos de trabalho

Em vez de baixos salários e pensões
melhor distribuição da riqueza produzida

Em vez de mais sacrifícios dos trabalhadores
tributação justa do capital

Em vez de subserviência ao poder económico
dignificação de um Povo afirmando a sua soberania

O Povo tem o dever de exigir a satisfação de direitos inalienáveis implementados com o 25 de Abril.

Mas o Povo trabalhador, os jovens sem perspectivas de futuro, as muitas centenas de milhares de desempregados, os reformados, pensionistas, os agricultores, pescadores, mineiros, os operários das indústrias, os comerciantes, vivem atormentados, no desespero, com problemas muito complexos para os quais em nada concorreram.

Por isso, entendemos que não é mais possível continuar a dar o aval político àqueles que criaram a mais grave crise em Portugal.

O eleitor ao votar, rodeia-se de imensa responsabilidade. Ou opta pela mudança ou acaba por contribuir para que tudo se mantenha na mesma e se agrave.

A nossa prioridade é para se construir uma alternativa de esquerda, alternativa com conteúdos políticos patrióticos, que combata a globalização da pobreza, a ruína da economia, que combata a colonização do mercado, que combata o domínio e o controle directo do País por parte do FMI, UE e BCE.

Neste momento, a única força portadora de experiência, de trabalho político consistente, de capacidade de luta e de competência é, sem dúvida, a CDU que se apresenta ao eleitorado com um património político rico na defesa dos interesses dos trabalhadores, na defesa do País.

Nos dias que restam de campanha ainda temos de fazer imensos contactos para esclarecer indecisos, os que se sentem inclinados a abster-se ou aqueles que ainda pensam conceder o benefício da dúvida aos partidos que, afinal, causaram esta tragédia.

Temos de os convencer que o seu voto pode ser decisivo se corresponder aos legítimos interesses do Povo português.

Mais de três dezenas de anos é tempo demais e demonstração plena que PS, PSD e CDS mentindo, mentindo sempre, nada de bom trouxeram ou podem trazer a Portugal. Não nos deixemos resignar. Vamos, em 5 de Junho, dizer alto e bom som: AGORA CDU.

VIVA A CDU

VIVA PORTUGAL

Share this