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Intervenção de João Corregedor da Fonseca, Dirigente da Associação «Intervenção Democrática», Porto

Comicio da CDU «Emprego e Salários» - Intervenção de João Corregedor da Fonseca

A CDU inicia hoje nesta patriótica cidade do Porto, onde nasci e vivi, mais uma Campanha Eleitoral que vai decorrer numa altura em que o País é obrigado a enfrentar a mais dura, a mais violenta, crise económica e social desde que a Democracia foi implantada com o 25 de Abril.

Vai ser uma Campanha durante a qual os candidatos e todos quantos integram e se identificam com a CDU se apresentam ao eleitorado de forma responsável, como é nosso apanágio, no sentido de o esclarecer, com propostas realistas, para a necessidade de se mudar de política perfilhada durante tantos anos por sucessivos governos com particular e lamentável destaque para os governos do Partido Socialista chefiados por José Sócrates.

Governos estes que impuseram aos cidadãos novos e pesados sacrifícios.

Os resultados estão, infelizmente, à vista de todos. Por isso, temos razão em nos sentirmos profundamente indignados e preocupados com as políticas adoptadas cujos efeitos se abateram sobre os trabalhadores, os jovens, os mais velhos.

A responsabilidade pelo declínio do País é dos partidos do chamado Arco do Poder que tanto agrada ao Presidente da República.

O PS não deixou de contar com apoio do PSD e do CDS, uma vez que a sua política neoliberal tem servido claramente os interesses do capitalismo e desses partidos de direita e de extrema-direita.

Amigos: Partimos para a campanha quando o nosso Povo é confrontado com uma grave recessão económica, e com um assustador e galopante desemprego, que atinge já, pelo 700 mil portugueses, com cerca de milhão e meio de contratados a prazo ou a recibo verde.

Os portugueses são chamados a votar quando existe uma profunda instabilidade familiar e quando se assinala um desumano aumento da pobreza que recai sobre mais de dois milhões de cidadãos. O eleitorado é chamado às urnas quando vê diminuídos e congelados, de forma drástica, os salários, as reformas e pensões e quando deparam com dificuldades acrescidas no acesso aos cuidados de saúde e à escola pública.

Outra das consequências das políticas de direita é a criminosa destruição do sector produtivo nacional, da agricultura, das pescas, das micro, pequenas e médias empresas. Simultaneamente prosseguem negociatas corruptas e prejudiciais parcerias público-privadas.

Vamos para eleições numa altura em que se prepara uma outra ofensiva: a entrega a especulativos e exploradores capitalistas nacionais e estrangeiros, do que resta das rentáveis e estratégicas empresas do Estado.

O eleitorado vai a votos quando é muito grave a perda de soberania e de independência perante a aceitação das imposições do FMI, do Banco Central Europeu e da União Europeia.

E já que falamos na União Europeia, não esqueceremos nunca a forma submissa como o Primeiro-Ministro se apresentou em Berlim para pedir à senhora Merkel o seu visto para o Programa de Estabilidade e Crescimento, o trágico PEC IV.

Nessa ocasião Portugal ficou numa situação subalternizada, desmoralizadora. Percebeu-se, então, a subserviência de Sócrates perante a Chanceler da potência alemã. Com total desprezo ela deu verdadeiras ordens ao Primeiro-Ministro de um País livre e soberano.

Aliás a senhora Merkel chegou ao topete de, há poucos dias, numa ingerência insuportável – logo apoiada pelo patronato da CIP - exigir a Portugal a diminuição dos dias de férias dos trabalhadores e novo aumento da idade da reforma!

Amigos

Ao contrário do que o pensamento dominante tenta fazer crer - e que certa Comunicação Social, como porta-voz dos grupos capitalistas, propala - existe alternativa para o País não estar condenado a esta governação.

As eleições que se aproximam devem contribuir para contestação de tais políticas e para afirmação da exigência de um novo rumo para Portugal, inspirado no patriotismo e na defesa prioritária da soberania e dos interesses dos portugueses.

O crescimento da votação na esquerda e o reforço da CDU – Coligação Democrática Unitária, serão, sem dúvida, grandes vitórias da nossa democracia.

Para isso, torna-se necessário um verdadeiro empenhamento de todos nós para que a mensagem da CDU tenha o maior acolhimento popular.

O Presidente da República, a confraria de “politólogos” que tomou conta da comunicação social, os grupos económicos e financeiros – como a banca que, sem disfarces, assumiu o controlo do governo e o mando do país – pressionam PS, PSD e CDS para, após o acto eleitoral, constituírem um governo conjunto. Tratar-se-ia de um governo de unidade, sim, mas de direita que, a ser formado, não só continuaria como agravaria a política neoliberal de degradação da situação económica, financeira e social até agora seguida.

O País não precisa mais de alianças de tal teor. O que precisa é de uma política progressista que promova a produção nacional, que combata o défice externo, estimulando as exportações e contendo as importações, que atenue as injustiças sociais, em especial a pobreza e o desemprego, que valorize o trabalho, que dignifique o Estado, que combata a corrupção e a submissão do poder político ao poder económico, que melhore a educação, que assegure o bom funcionamento do Serviço Nacional de Saúde, que estimule a cultura, que assegure um eficaz desempenho da justiça.

A crise financeira provocada pelas práticas agiotas da banca e pela irresponsabilidade técnica e política da governação, é um garrote imposto a Portugal.

O desmesurado endividamento da banca e a sua falta de liquidez e de credibilidade externa têm responsáveis.

Aceitar subservientemente as imposições do FMI não é apenas um atentado à nossa economia e à vida do nosso Povo. É pôr em causa a existência de Portugal como Estado soberano.

Havia alternativas imediatas à obediência cega ao BCE, ao FMI e à UE como insistentemente dirigentes, dos candidatos e das forças que integram a CDU têm apontado.

Tudo dependeria da vontade política. Mas a banca falou mais alto: José Sócrates sujeitou-se às suas exigências e recorreu perigosamente aos leoninos empréstimos daquelas instituições.

Amigos

Vamos combater tudo isto nas eleições de 5 de Junho!

Vamos empenhar-nos em valorizar o papel da CDU, intervindo activamente na campanha eleitoral, privilegiando o contacto pessoal com os eleitores, para justificar que o reforço da CDU se torna fundamental para que o futuro de Portugal seja mais democrático e de maior justiça social.

É necessário em 5 de Junho, contribuir para o insucesso dos defensores da política de direita.

VIVA A CDU

VIVA PORTUGAL

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