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Intervenção de José Luís Ferreira, Comissão Executiva Nacional do PEV, Porto, Comício do Porto

Comicio «Emprego e Salários» - intervenção de José Luís Ferreira do PEV

Boa tarde, amigos e companheiros
Em nome da Direcção Nacional do PEV, gostaria de começar por saudar as restantes forças politicas que compõem a C.D.U., o P.C.P. e a Associação I.D.
Uma saudação que se estende a todos vós, que se têm empenhado na afirmação e na divulgação das propostas da C.D.U., contribuindo dessa forma para a mudança de políticas que o País e os Portugueses tanto precisam e que só o reforço da CDU tornará objectivamente possível.

Numa altura em que Portugal atravessa uma crise profunda, é também altura de procurar as razões, as causas, os motivos, que nos levaram a esta situação,
e sobretudo, é necessário apontar o dedo aos responsáveis pelas políticas que nos conduziram a esta crise.
Sim, porque esta crise não é fruto do acaso, esta crise tem responsáveis e se tem responsáveis, não podemos deixar que a culpa morra solteira.
Bem sabemos que os Partidos que estiveram no Governo ao longo destes 35 anos, o P.S., o PSD e o CDS, aparecem hoje como se nada fosse com eles, como se nada tivessem a ver com a situação que vivemos, como se o mundo tivesse começado agora.
Mas não, as coisas não só, não começaram agora, como são eles os únicos e exclusivos responsáveis pela situação que os Portugueses vivem.
Foram as políticas desenvolvidas pelo P.S., pelo PSD e pelo CDS que conduziram à crise que o País hoje atravessa.
E para que a culpa não morra solteira, é necessário penalizar os responsáveis.
Penalizar os partidos que têm aprovado O.E. que colocaram Portugal como o País da União Europeia com mais desigualdades na distribuição da riqueza e um dos que tem mais população em risco de pobreza;
que preferiram proceder aos profundos cortes no Serviço Nacional de Saúde, em vez de colocar a banca a pagar uma taxa efectiva de IRC igual a que paga qualquer Pequena ou Média Empresa.
Penalizar os partidos que preferiram aumentar os impostos de quem trabalha, em vez de aumentar a tributação das mais-valias mobiliárias em sede de IRS.
que preferiram colocar milhares e milhares de famílias a viver numa verdadeira fuga à miséria, em vez de cortar nos benefícios fiscais da banca e dos grandes grupos económicos, que mesmo em tempos de crise continuam alegremente a engordar os seus fabulosos lucros.
Penalizar os Partidos que ao mesmo tempo que preferiram cortar nos abonos de família, nos salários, nas pensões e nas reformas, se recusaram a tributar os milhões e milhões de euros que os accionistas dos grandes grupos económicos ganharam com a distribuição antecipada de dividendos do ano passado.
Penalizar os Partidos que têm consentido a degradação ambiental, teimando no absurdo do crescimento ilimitado, no produtivismo e no consumismo a qualquer preço;
Que têm remetido o ambiente para segundo plano, sempre, mas sempre, atrás dos interesses económicos de alguns, os de sempre.
Penalizar os Partidos que vêem nos recursos naturais, como a água, esse bem indispensável à vida, como um negócio apetecível para os privados e que pretendem colocar portagens de acesso às áreas protegidas, como se a agua ou as áreas protegidas tivessem dono.
E não é por acaso que os Partidos responsáveis pela crise, sejam os mesmos que agora chamam o FMI, quando sabemos que essa intervenção não vai resolver os nossos problemas, nem do desemprego, nem do défice.
Servirá, quando muito, para fazer o jeito aos bancos e para agravar a nossa situação económica.
È também por tudo isto que o dia 5 de Junho tem muita importância, porque nos confere a oportunidade de penalizar os responsáveis pela situação, e ao faze-lo, estaremos a contribuir para abrir caminho à uma real mudança de politicas que há muito se impõe.

Uma mudança de politicas que coloque as pessoas no centro das preocupações do Estado, e não os Mercados, para quem se tem Governado quase em exclusivo.
Caros amigos,
No dia 5 de Junho vamos eleger 230 deputados à Assembleia da República.
Uma Assembleia, onde os deputados dos Verdes e do PCP, foram uma presença constante e incansável na defesa de um desenvolvimento sustentável e na procura de maior justiça social.
Opondo-se energicamente às opções que têm sido tomadas, os eleitos da CDU apresentaram propostas no sentido de inverter esta tendência, que tem permitido que a pobreza alastre ao ritmo do aumento dos lucros dos grandes grupos económicos.
Estivemos lá para dizer não ao corte dos salários, não ao aumento dos impostos de quem trabalha, não ao congelamento das reformas,
mas o P.S. e a direita aprovaram.
Mas também estivemos lá para propor o aumento da tributação da Banca, para aumentar a tributação das mais-valias mobiliárias, para tributar a distribuição antecipada de dividendos dos grandes grupos económicos e para acabar com os paraísos fiscais,
mas o P.S. e a direita não quiseram, chumbaram todas estas propostas.
È verdade que são opções, uns preferem cortar nos abonos de família, nós preferimos cortar nos benefícios fiscais concedidos à Banca e às grandes empresas.
Mas aqui ainda outra diferença que é justo realçar.
É que nós não escondemos as nossas opções, nem em período eleitoral, assumimo-las, porque estamos certos, de estar no lado certo.
O lado de quem defende novas politicas, novas prioridades que satisfaçam as necessidades do presente sem hipotecar o futuro.
O lado de quem defende mais justiça social, mais justiça na distribuição da riqueza.
E são essas opções que devem ser tidas em conta no dia 5 de Junho.
È já tempo das pessoas começarem a associar o que lhes acontece no seu dia-a-dia, com a cruzinha que fazem no dia das eleições.
É já o tempo de mudar de políticas,
mas essa mudança só é objectivamente possível com o reforço da CDU.
Vamos todos trabalhar para reforçar a CDU.
Viva a C.D.U.

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