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Amadora com a alternativa patriótica e de esquerda

«Criar mais riqueza e distribuí-la melhor»

Na cidade de Abril que tanto tem sido fustigada por décadas de política de direita, Jerónimo de Sousa sublinhou que, no contexto do maior ataque aos rendimentos e direitos dos trabalhadores e do povo português, é urgente «criar mais riqueza e distribuí-la melhor».

O apelo foi feito no final de um almoço que reuniu mais de centena e meia de apoiantes da CDU no salão dos Bombeiros Voluntários da Amadora, cidade que, como sublinhou Sónia Baptista na intervenção que antecedeu a do secretário-geral do PCP, é o reflexo da destruição do aparelho produtivo nacional, das carências nos serviços públicos de saúde e educação, do desemprego e da precariedade, particularmente entre os mais jovens, da falta de investimento público.

O cenário traçado conjuga com a política de direita levada a cabo por sucessivos governos nos últimos anos e agravado por seis anos de governo PS/Sócrates. «Soubemos ontem que continuamos em recessão», notou Jerónimo de Sousa, facto que torna evidente o que o PCP e a CDU vêm dizendo. «O País está a andar para trás», recuo civilizacional que não é de hoje, disse, mas ao qual assistimos mesmo antes da imposição do destas medidas por parte da troika».

A destruição da Sorefame, empresa emblemática do concelho e do País, prosseguiu, é um caso paradigmático de que PS, PSD, e CDS levaram a cabo uma política subserviente aos ditames do directório da UE, cujo objectivo foi destruir o aparelho produtivo nacional. Na agricultura e pescas, metalomecânica, construção naval, exploração mineira, por exemplo, o resultado foi o desaproveitamento dos recursos e potencialidades nacionais.

A crise estrutural criada pelos partidos da política de direita aliada ao apetite voraz e à especulação do capital financeiro, criou um país deficitário. A solução de PS, PSD e CDS foi pedir o que chamam de «ajuda externa», frisou o secretário-geral do Partido, para quem, à primeira dificuldade dos banqueiros, foram logo pedidos 78 mil milhões de euros, montante cuja maior parte fica logo cativa para os cofres dos mega-bancos.

Quem vai pagar tudo isto?, questionou. «Isso, os que se ajoelharam perante o FMI, CE, e BCE, querem esconder». Não querem que se saiba e por isso encenam «folhetins do género eu tenho programa e tu não, e o meu é melhor que o teu, quando o programa deles é comum, é o da troika, é o da ingerência externa, o do maior ataque aos rendimentos dos trabalhadores e do povo».
São os cortes nos salários e pensões, nas comparticipações dos medicamentos e nos apoios sociais, os aumentos do IMI, das taxas moderadoras e das taxas de juro no crédito à aquisição de habitação própria, que vão pagar os juros cobrados pelo FMI e pela UE a título dos 78 mil milhões de euros, explicou.

Portugal vai pagar mais de 30 mil milhões de euros de juros, precisou Jerónimo de Sousa, mas o rumo de desastre não é inevitável, por isso impunha-se a venda de parte dos títulos de dívida pública que detemos, por exemplo, do Japão e dos EUA, e o investimento desse dinheiro na dívida pública portuguesa; bem como a renegociação da dívida nos seus prazos, montantes e juros, propostas que eles não querem sequer ouvir falar.

Como não querem ouvir falar da questão central de «produzir mais para dever menos», concluiu o secretário-geral comunista antes de deixar um forte apelo ao voto na CDU no dia 5 de Junho, a força que acredita no futuro de Portugal e cujo reforço acrescenta força à luta por um País de progresso e justiça social.

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